Sunday, April 30, 2006

Sobre fé

Algumas vezes o vazio toma conta. E tento entender o porque disso. De repente, tudo tão sem sentido; pessoas, lugares, até a própria existência.

Se eu ponderar um pouco sobre as palavras da minha mãe, poderia até pensa que minha falta de fé tem algo a ver com isso. Caso tenha, o vazio continuará a aparecer, de tempos em tempos. Pois não vejo mais algo de racional em acreditar em coisas que não sei se existem. Perder a fé é (quase) um caminho sem volta. Tudo passa a funcionar no esquema da racionalidade e de fatos comprovados.
Eu cheguei a pensar que quando eu acreditava em Céu e Inferno, eu era mais feliz. Simplesmente por crer em algo. Mas eu não era. Todas aquelas condições para conseguir um cantinho no paraíso... Algumas condições que contrariam minha própria natureza...
Talvez até pensem, alguns que me conhecem, que tenho algo contra "deus". Pois eu não tenho.
Talvez até pensem, que eu não acredito na existência desse "deus". A única coisa que posso dizer, é que, certamente, não acredito neste "ser" que tantos rotulam e dão adjetivos, e tentam mostrar de alguma forma personificada.

Eu perdi a identidade de "deus".

Não tenho a mínima idéia do que seja, ou do que se constitui. Talvez por isso, acho meio irracional exercer tal fé ( pessoalmente falando). Para quem ou para o que orei tantas vezes ?!

Acreditar que um "deus" existe e, acreditar neste mesmo "deus" são duas coisas diferentes. E, limitar-se a dar forma e sexo para este "suposto ser" dizendo que é "ele" e não "ela" ou nenhum ou ambos , é um tanto quanto "limitado".

No entanto, encorajo, apesar de meus devaneios, grande parte do pensamento cristão... respeito mútuo, amor recíproco, fidelidade, honestidade. Afinal são "leis" de bem viver básicas.

Voltando ao vazio ... Não estou reclamando dele. Não estou buscando preenchê-lo. É apenas tentar entender. Entender o porque um ser, que se julga "sensível" como eu, muitas vezes se encontra olhando e nada vendo; tocando e nada sentindo; escutando e nada ouvindo.

Algumas vezes parece que minha vida é um filme, que comecei a assistir e saí antes de terminar. E estou do lado de fora da sala...

Friday, April 28, 2006

No Apollogies


Aí vai foto dos meus olhos... Olhem bem antes de iniciar a leitura... Para quem me conhece, matem saudade... pra quem nao conhece, excitem a curiosidade =]]

Este é o último post sobre os anônimos... Eu tenho algo legal já pronto para postar aqui, mas vou perder meu tempo mais uma vez para esses anônimos.

No apollogies.

Porque "no apollogies" ? Simples _ Não peço desculpas por ser quem e/ou o que sou. Eu sei quem tem vindo ao meu blog falar besteiras sobre mim, tentando disfarçar, e se escondendo sob a condição de anônimo. Eu sei que foram 2 pessoas que eu dei o fora, que eu não quis ficar e nem namorar.

Sou obrigado !?! Sou obrigado a ficar com quem eu não quero ? Sou obrigado a ter relações com pessoas que não me satisfazem intelectualmente e/ou sexualmente ? Porque, sinceramente, seu eu não quis ficar com essas pessoas, nem pra sexo, é porque as mesmas ou não me estimularam intelectualmente ou fisicamente não me atraíram... Então, engulam o ego ferido.

Eu já levei fora, muitas pessoas ( senão quase todas) já levaram. O jeito elegante de sair da situação é sorrir, falar tudo bem, tentar manter a amizade sem forçar barras.

Quando estou a fim de alguém, antes de tudo, quero ser amigo desta pessoa. E, só me envolvo com alguém quando este tornou-se amigo (a), alguém que eu possa confiar, rir juntos, sair, essas coisas. Alguém que eu consiga manter uma conversa interessante, produtiva.

No apollogies _ Mas vocês não tiveram sorte comigo.

Agora que é muito triste falar até do meu antigo trabalho... Quanta apelação! Mas tudo bem. Fiquem à vontade. Eu sempre soube que há um preço a pagar por ser querido, por ser bonito,por ser sociável... E este é o preço : A inveja, a dor de cotovelo das recalcadas.

Um beijão a todos os amigos/conhecidos que têm vindo até meu cantinho =]] Vocês são especiais pra mim.

Monday, April 24, 2006

Final de semana

Muito obrigado a todos que têm lido o blog.

Aos anônimos>> Olhem as minhas rugas de preocupação >.< ! Percebi algumas coisas neste fim-de-semana : _ Estou sim, de saco cheio de pessoas covardes. Pessoas que não assumem oque sentem, ou que querem. Ou que não assumem o que não estão sentido e o que não querem. _ Estou me descobrindo, de alguma maneira, sexy novamente _ Triste falar isso com 23 anos? Não, tem hora que deixamos de nos achar a última coca-cola gelada do Sahara. Mas isso tem conserto!! Acreditem no potencial que têm. Somos todos(as) "Divos(as) em potencial" . Neste final de semana senti-me desejado, e por alguém que realmente valeu à pena sentir-me desta maneira.

_ Água corrente (cachoeiras, piscinas naturais) + árvores + sentir-me desejado = "junior reloaded" . =]]

Quando pensamos em romance, namoro, seja lá o que for que envolva duas pessoas e seus sentimentos com relação um ao outro (digo,sentimentos ditos "positivos") , tendemos a fantasiar as coisas e nos frustrar logo adiante. Este fim de semana aprendi que consigo controlar minhas tendências fantasiosas. Aprendi a respeitar a realidade. Aprendi a dosar.

Ouvindo música no carro com um quase-desconhecido intelectualmente, conhecido físicamente ( Nelly Furtado / Juanes "Fotografia") http://rapidshare.de/files/18872412/Fotografias.mp3.html

Sentindo-me "livre", não saudoso, e resgatando a coragem que sempre me foi inata.

O quase-desconhecido voltou para seu país, mas deixou esta música, na sua língua materna ... Acompanhem a letra enquanto ouvem a mesma, ao clicar e fazer o download no link acima. (É só clicar no link e escolher a opção "free" no final da página, canto direito).



Artista: Juanes
Álbum: Un Dia Normal
Título: Fotografía (con Nelly Furtado)

Cada vez que yo me voy
Llevo a un lado de mi piel
Tus fotografías para verlas cada vez
Que tu ausencia me devora entero el corazón
Y yo no tengo remedio más que amarte

Y en la distancia te puedo ver
Cuando tus fotos me siento a ver
Y en las estrellas tus ojos ver
Cuando tus fotos me siento a ver

Cada vez que te busco te vas
Y cada vez que te llamo no estás
Es por eso que debo decir
Que tú sólo en mis fotos estás

Cuando hay un abismo desnudo
Que se opone entre los dos
Yo me valgo del recuerdo
Taciturno de tu voz
Y de nuevo siento enfermo este corazón
Que no le queda remedio más que amarte

Cada vez que te busco te vas
Y cada vez que te llamo no estás
Es por eso que debo decir
Que tú sólo en mis fotos estás

Wednesday, April 19, 2006

Dando a cara a tapa


Aqui estou, novamente. No meu último post recebi comentários ofensivos, por alguma gay anônima. Eu poderia apagá-lo, no entando não o fiz.

Por quê ?

Primeiro que, suspeito saber quem foi o autor dos "elogios" . Segundo que, não tenho o que esconder.

Durante minha vida, tenho adquirido experência em lidar com pessoas que não dão a cara a tapa, quando querem ofender ou fazer algo do tipo. Tenho aprendido bastante a lidar com a covardia dos outros. Não me incomodo de forma alguma em ser criticado, ainda mais por pessoas que não são corajosas o suficiente para mostrar quem são.

Algumas pessoas se acham "santas" , "virginais", e julgam o comportamento dos outros. Como "tentaram" fazer comigo.

QUANTA HIPOCRISIA!

Sim, eu ja beijei muito.
Sim, eu ja transei muito.
E não me arrependo. Porque conheci pessoas maravilhosas, que ainda fazem parte do meu convívio, e também conheci o lado ruim, pessoas que me magoaram e me usaram. E aprendi com isso tudo. Afinal, "viver é aprender".
Além de tudo, vou deixar a modéstia de lado e assumir : _ Pôxa, se eu beijei tanto, é porque eu posso. Bem ao contrário de alguns mal-amados por aí, complexados e sem atitude, estilo, etc.
Sou um cara legal, com bom papo, bonito. Pra que ficar esprando umaprincesa ou príncipe encantado ? Isso não existe, e quem acredita nesta ilusão, com certeza tem algum problema. Ou , no mínimo, não tem experiência nenhuma de vida.

Eu, tive 4 relacionamentos, mais sérios. Digo, de frequentarem minah casa e apresentar para os meus pais, e até de morar sob o mesmo teto. Eu dividi despesas, confortei e fui confortado, fiz amor inúmeras vezes. Chorei no êxtase, e na separação, de cada um deles. Dei e recebi colo, carinho, atenção. Defendi e fui defendido. Coisas que só pude saber oq ue era, quando abri meu coração e corpo para ser livre, para ser explorado, para viver.

Sobre os posts que falam que "penso com a cabeça de baixo", que "meu final vai ser doente" , essas coisas que têm o intuito de denigrir minha imagem perante aos outros de alguma forma, com certeza vem de alguem que não se permite viver e não tem a mínima idéia do que é o relacionamento humano, do que é ser humano.
À essa(s) pessoa(s), desejo muita luz, e que possa(m) um dia ter um pouco de amor e reciprocidade nos relacionamentos que tentar(em). Afinal, a visão "romântica" de relacionamentos e visão "deturpada" da vida real, com certeza é uma ameaça constante na estabilidade emocional ( se é que há alguma) da(s) mesma(s).

Beijo para todos , e aí vai uma foto minha, mostro quem sou e como sou, porque me orgulho de tudo o que represento, por dentro e por fora.

Tuesday, April 11, 2006

Frieza


_"Você está agindo friamente ... Como se tivesse perdido o gosto pelas coisas..."

Foi isso que ouvi da minha amiga hoje. E, em partes, ela está correta. Tenho sido mais frio. E porque não !? Sempre fui passional. E isso não me ajudou muito.

Tentei agir com certo equilíbrio, mas para mim é difícil... Eu sou muito extremista _ Ou frio ou passional.
Quis explicar, mas não creio que tenha conseguido. Eu tenho analisado as pessoas, amigos, família e, até estranhos... E suas ações e reações com relação a mim. E, tenho me reservado o direito de calar-me. Afinal, em boca fechada não entra mosquito.

E minha suposta "frieza" vem dessas análises...
E meu suposto "silêncio" vem dessas análises...
E, claro, de outros fatos mais pessoais.

Ontem, fui ao cinema assistir "Brokebak Moutain". Não achei nada de tão especial, mas também não achei de todo ruim. Algumas lágrimas, divididas com dois amigos e duas senhoras (o cinema contava com a exuberante platéia de 5 pessoas), saí daquele lugar pensando no "medo" e tudo o que ele nos impossibilita de realizarmos.
Certa vez, um canalha com o qual saí, me disse algo valioso (pois é, mesmo com canalhas aprendemos coisas boas) : _" O nosso maior inimigo é o medo."
Do que eu tenho tido medo ?

Solidão ? _ Não_ O medo da solidão passou quando eu estava em um relacionamento no qual ela era minha verdadeira companheira. Solidão pode ser bonita, se soubermos tirar proveito dela.

Morte? _Não_ O medo da morte passou quando vi e senti o abandono, por quem eu amava, e por mim mesmo. O medo da morte passou quando meu corpo não sentiu mais dor nem pudor. O medo da morte passou quando vi minhas limitações.

Vida? _ Não sei responder _ Não sei ao certo o que é viver, então não sei dizer se devo temer ou desejar. Ou ambos. Tenho vivido como espectador. Difícil explicar... É como se a "vida" passasse por mim, e eu, de dentro de meus olhos, apenas assistisse. Porque não há por quês.

Medo de chegar no dia da minha morte, olhar para trás e ver que nada fiz de significante.

Nesse meio tempo, vou dançando de um extremo ao outro... Da paixão à frieza. E tudo fervendo ou entorpecido dentro deste peito.

Tuesday, April 04, 2006

Mudanças

Então, há momentos em que sentimos que precisamos de realizar algumas mudanças.
Desde que voltei da Bélgica, eu sabia que precisaria de mudanças internas e externas. Tentei trabalhar o lado interno primeiro, e venho tentando desde então.

É algo difícil, mudar valores que estão dentro de nós há tempos, que fazem parte do que somos. Sobre família, relacionamentos (amor / amizade), trabalho, sonhos, etc.

Antes, eram sonhos. Sonhava em ter um trabalho o qual eu gostasse e que me realizasse como pessoa, e claro, economicamente. Sonhava em me reconciliar com pessoas que fizeram / fazem parte da minha vida, perdoar e ser perdoado. Sonhava em não manter minha língua dentro da minha boca, para que o barco da amizade não afundasse.

Mas as coisas não funcionam como sonhava.

Trabalho, primeiramente, para a sobrevivência.
Reconcialiação ? Não vale à pena. É melhor aceitar que os mortos não falam, não escutam, não vêem, não voltam. Estória torna-se história.
Não manter o bico calado ? Impossível. Hoje em dia estamos todos tão sensíveis a qualquer tipo de coisa que nos contrarie, que demasiamos os efeitos das palavras. O amigo pode virar inimigo de uma hora pra outra. Usualmente por coisas banais. detalhes que fazem a diferença.
Não é abaixar a cabeça e concordar com qualquer coisa ... Mas deixar passar detalhes... E servir doses de simancol em taça de licor.

Com relação às mudanças físicas... Bem, isso é bem complicado também ...
Olhar no espelho e deixar para trás a imagem que você tinha de si mesmo nas ocasiões que em algo lhe fazia sofrer de alguma maneira. Reinventar-se.

Frágil ? Sexy ? Inteligente ? Servil ? Mirrado ?

Não sei ao certo como, mas de alguma forma adjetivos que nos são dados, nos afetam de forma absurda.

Não mais frágil. Não mais sexy. Não tão inteligente. Menos mirrado.

Raspei a cabeça. Na navalha.
E com os cabelos, vai embora tudo o que enxergaram em mim, e que pensei ter visto também.