Wednesday, December 25, 2013

Estou tentando acertar, e confesso - não sei se estou no caminho certo. Fiz 30 anos em 2013. Pensei - devo aproveitar esta oportunidade (havia deixado de ser tripulante, então o estilo de vida mudaria muito) e mudar algumas coisas em minha vida.

Então, parei de fumar. Há 6 meses não fumo. E consequentemente engordei, claro. 13 quilos. Deixei de ser fumante e deixei de ser magrelo. 
Vou para a academia que ( para a minha felicidade e de todos os gordinhos que a frequentam ) tem uma pizzaria em frente. Ou seja - eu corro na esteira, com cheiro de pizza no nariz. Fecho os olhos, visualizo uma 4 queijos e corro 5 km. 
Atrás dela, lógico.

Decidi também voltar a estudar. Fiz o ENEM e estou aguardando os resultados. Espero conseguir voltar aos estudos e fazer algo de mais concreto por mim. 
Na realidade é tudo muito estranho pra mim. Pois tenho 30 anos e voltei a morar na mãe. Isso me incomoda, de certa maneira. Mas não é por incompetência minha. A vida simplesmente foi acontecendo e cá estou. E toda vez que penso em sair, sinto um pavor absurdo. Um medo de perder minha mãe, agora com 71 anos e cada vez mais, mostrando sinais que precisa de alguém por perto para dar uma ajuda.
Não consigo entender ao certo, se virei um covarde, se amadureci, se estou acomodado.

Minha vontade real era pegar um navio e sair pelo mundo novamente. E fumar vários cigarros.
Mas se eu não fizer algo agora, com certeza mais tarde ficaria mais complicado.
E tem o Paulo. E o Eros. E o Valentin. Ah, e tem o Cícero.

Talvez falte eu me apaixonar por alguém aqui. Seria maravilhoso conhecer alguém e me apaixonar. Talvez essa sensação de "busca" que sempre trago comigo desse uma amenizada...

Enfim. 2013 tem sido um ano em que tenho me disciplinado. Tenho ido contra meus vícios e vontades, para tentar acertar. Para tentar um futuro melhor. Para não perder o presente com momentos de fuga e prazeres momentâneos.
Tem sido um ano de superações - de batalhas de eu X eu mesmo.


Friday, September 20, 2013

Desassociação:
CORPO.
TEMPO.
PESSOAS.

Conexão:
ANIMAIS.
CRIANÇAS.

E claro, o mar.
Daquela pessoa que você conhecia, sobrou muito pouco.
Sobrou tão pouco, que olhar no espelho,
Ouvir meus pensamentos, minhas vozes, 
É como observar um estranho. 
Um novo alguém que se apossou, não sei quando, da carcaça magra que eu costumava ser.
E eu e ele andamos quase juntos.
Ele à minha frente, como Capitu fazia.
E eu um passo atrás, escondido. 
Como uma sombra, que desaparece.
Que depende de ângulos e luz para existir.
Vez e outra, sou envolvido num abraço morno - 
Num abraço morno, de braços que se deixam pesar sobre meus ombros.
Questionando minha existência. 
E minha capacidade de resiliência. 
Abraço de volta, 
Mortificado ao pensamento de ter meu tronco esmagado
E a vida levada embora, 
Busco salvação naquele que me condena.

Thursday, July 04, 2013

Minha Unsent ( so far )


Dear Luka... Vou sempre sentir um pouco de falta de ti. De nossas conversas e do teu bom-humor. E sou eternamente grato por tudo o que você me ensinou... Por sua cultura pop, suas lições sobre cinema e música. Embora na maioria das vezes eu tenha me sentido feliz e à vontade com você, em outras tantas vezes senti-me desconfortável - como alguém que chega na metade do filme. Havia muita história da qual eu não fazia parte e também havia uma outra história - a minha própria - que sentia que você não estava disposto a ajudar a escrever... Pois veja bem... Eu era muito jovem, e embora inteligente - não tinha idéia de como começar uma vida. Rezo para que esteja bem. Rezo para que teus medos não te afoguem, para que teus risos venham fáceis, e para que suas mentiras continuem te confortando...

Dear Yves... Depois de tanto tempo, e de tantos outros, você permanece. Sem muitas explicações, sei que sempre te amei e sempre vou te amar. Mesmo sem te ver por 9 anos. Mesmo se não te ver pelos próximos 9 anos. Poderíamos ter tentado mais... Mas nenhum de nós estava realmente preparado. Provavelmente nunca estaríamos.
Mas consigo enxergar sua beleza. Aquela mesma beleza que enxerguei nas tuas fotos de quando você era criança... Hoje talvez te enxergue mais que antes. E talvez, ainda tenha a esperança de você me enxergar para além das partes de mim que você disse ser doente e não aceitar.

Dear Marco... mesmo apaixonado eu teria entendido melhor... caso você falasse um pouco mais, abrisse um pouco mais. Mas acredito que, apesar da tatuagem póstuma ( que sempre me pego pensando se cubro ou não ), apesar dos barbitúricos e da necessidade de te excluir da minha vida totalmente - apesar de tudo isso - até que não fiz feio.
Sofri. Sofri sentado, chorando na banheira, lá em Montevideo - o lugar que te chamei pra ir, onde pretendia te dar um anel de compromisso - e você não foi... Sofri com a comidinha que preparei e comi sozinho, sentado no chão da cozinha... Sofri com o mesmo par de alianças nas mãos, no aeroporto - no dia em que você ia embora do país e não quis se despedir de mim.
Entendo um pouco melhor hoje.
Entendo suas dúvidas de ir ou ficar. Os medos. E o que você realmente precisava fazer, por você mesmo.
É uma pena eu ter me envolvido mais do que deveria. E não ter percebido todos os teus sinais, todos os teus "nãos".
Finalmente você foi embora. E eu fiquei. Fiquei com a lembrança do que nunca tive.
De qualquer maneira eu suponho que devo agradecer... Pois foi com você que percebi que posso me apaixonar novamente;
que posso me desesperar novamente;
que posso me enganar novamente... Sim, suponho que devo agradecer...

Dear Giu... Tanto de mim eu vi em você. E isso meio que me assustou - é como se houvesse um pequeno manual de como lidar contigo... E eu sei que lidar comigo nunca foi muito fácil...
Um compromisso não esperado. Era eu ou o não dividir? Era eu ou apenas o estar comprometido ?
Vi que você sonhou e eu não. Quando um dia se referiu a sonhos que tivemos e planos que fizemos, meu querido, meu menino... recordo-me dos teus planos e sonhos somente... Pois eu... mal sabia onde estava e como havia chegado ali.
Água tépida. Sinto falta. De algumas conversas, do teu cheiro, da risada de louco que me assustava e me divertia. De te olhar e ver como você é bonito e não se dá conta.
Mas acabou quando deveria acabar. E ambos sabemos disso.

Dear Fear... sua dor te distancia. E minha vida me distancia. Vez e outra me vejo tentando perdoar teus feiosos óculos e pulseiras. Vez e outra me vejo pensando que até poderíamos ser... Mas, como você me disse certa vez - ambos sabemos que isso vai dar em nada. Então mais que depressa me despeço de lembranças e bem-querer...

Thursday, February 21, 2013

Antes os momentos de desespero eram mais frequentes,
Quase que como corriqueiros.
Hoje há o pavor do novo, do desconhecido,
Um pavor que me paralisa, que quase me anula.
Pego-me pensando em um dia no qual disse para a mãe :
"Mãe - não tenho medo de nada! Absolutamente nada!"
E hoje...
Bem, hoje é outra estória.
Como, em 5 anos, posso me tornar tão covarde?
Como, em 5 anos, envelheço mais que 20?
Para onde foi a coragem?
Apanhei tanto que me encolho quando aparece uma sombra?
É isso?
Não consigo entender o quanto me reduzi,
Nem o porque me reduzi...
Porque me tornei um rabisco,
Um rascunho mal-feito do que um dia fui.
Se antes fui embora para provar de curiosidades,
Para fugir do descaso,
Hoje vou embora para encontrar aquele que costumava ser.
Não aceito conviver com o que restou de mim.
Quero oferecer para eu mesmo o que eu sei que nasci para ser.

Paulo II

O meu grande amor me foi tirado. 
Mais uma vez.
E, desta vez, ao invés de entregar-me a loucura, 
De entregar-me ao desespero, 
Tento entender e ter uma visão mais ampla...
Amo este menino desde que soube que ele viria ao mundo.
Amo cada parte dele, cada riso, cada olhar, e até mesmo seus humores.
Amo como nunca imaginei poder amar algo ou alguém.
Eu entendo o que o olhar dele diz.
Eu entendo o que ele fala quando silencia.
E tudo o que eu mais gostaria neste mundo é dar o melhor para ele.
Mas esta vida é feita de mistérios,
De caminhos tortuosos,
É uma vida que nos bate na cara, que nos estapeia
E que nos ensina, com dor, e com felicidades também.
Sou grato que meu menino está relativamente bem, 
Embora não comigo.
Sou grato por aqueles que o amam, 
Que o alimentam, 
Que o colocam para dormir.
Rezo para que ele cresça saudável e livre do mau,
Rezo para que nas lembranças dele permaneçam meus abraços,
Permaneçam nossos passeios,
Permaneçam todas as vezes que eu lhe disse que era o garoto mais lindo
E mais amado do mundo.
Espero que um dia o mundo, em suas voltas, o traga de volta pra mim.
Que eu esteja mais preparado,
Que não nos esqueçamos.
Vou cuidar do que sobrou de mim para um dia cuidar melhor de ti.

Eu x Eu + Você

Na realidade, eu não sei o que fazer com o que sinto por ti.
Porque te quero e já não sei mais o que este querer me traz.
Porque vou embora, porque nunca permaneço.
Porque minha ausência nos causará dor.
Meu instinto é sabotar o que temos, e,
Me seguro de fazê-lo a cada hora.
Teu sorriso e teu olhar me paralisam.
Fazem-me desistir de atirar no meu pé.
E meu instinto perde para o seu poder sobre mim.
Sim, você exerce algum poder sobre mim.
Tenho plena certeza, absoluta certeza
Que dentro de algum tempo,
Sozinho em algum canto do mundo,
Pegarei-me a pensar em ti e em como sinto tua falta.
Perdoe-me por cada tentativa de causar danos...
O alvo sou eu, e não você.