Thursday, July 04, 2013

Minha Unsent ( so far )


Dear Luka... Vou sempre sentir um pouco de falta de ti. De nossas conversas e do teu bom-humor. E sou eternamente grato por tudo o que você me ensinou... Por sua cultura pop, suas lições sobre cinema e música. Embora na maioria das vezes eu tenha me sentido feliz e à vontade com você, em outras tantas vezes senti-me desconfortável - como alguém que chega na metade do filme. Havia muita história da qual eu não fazia parte e também havia uma outra história - a minha própria - que sentia que você não estava disposto a ajudar a escrever... Pois veja bem... Eu era muito jovem, e embora inteligente - não tinha idéia de como começar uma vida. Rezo para que esteja bem. Rezo para que teus medos não te afoguem, para que teus risos venham fáceis, e para que suas mentiras continuem te confortando...

Dear Yves... Depois de tanto tempo, e de tantos outros, você permanece. Sem muitas explicações, sei que sempre te amei e sempre vou te amar. Mesmo sem te ver por 9 anos. Mesmo se não te ver pelos próximos 9 anos. Poderíamos ter tentado mais... Mas nenhum de nós estava realmente preparado. Provavelmente nunca estaríamos.
Mas consigo enxergar sua beleza. Aquela mesma beleza que enxerguei nas tuas fotos de quando você era criança... Hoje talvez te enxergue mais que antes. E talvez, ainda tenha a esperança de você me enxergar para além das partes de mim que você disse ser doente e não aceitar.

Dear Marco... mesmo apaixonado eu teria entendido melhor... caso você falasse um pouco mais, abrisse um pouco mais. Mas acredito que, apesar da tatuagem póstuma ( que sempre me pego pensando se cubro ou não ), apesar dos barbitúricos e da necessidade de te excluir da minha vida totalmente - apesar de tudo isso - até que não fiz feio.
Sofri. Sofri sentado, chorando na banheira, lá em Montevideo - o lugar que te chamei pra ir, onde pretendia te dar um anel de compromisso - e você não foi... Sofri com a comidinha que preparei e comi sozinho, sentado no chão da cozinha... Sofri com o mesmo par de alianças nas mãos, no aeroporto - no dia em que você ia embora do país e não quis se despedir de mim.
Entendo um pouco melhor hoje.
Entendo suas dúvidas de ir ou ficar. Os medos. E o que você realmente precisava fazer, por você mesmo.
É uma pena eu ter me envolvido mais do que deveria. E não ter percebido todos os teus sinais, todos os teus "nãos".
Finalmente você foi embora. E eu fiquei. Fiquei com a lembrança do que nunca tive.
De qualquer maneira eu suponho que devo agradecer... Pois foi com você que percebi que posso me apaixonar novamente;
que posso me desesperar novamente;
que posso me enganar novamente... Sim, suponho que devo agradecer...

Dear Giu... Tanto de mim eu vi em você. E isso meio que me assustou - é como se houvesse um pequeno manual de como lidar contigo... E eu sei que lidar comigo nunca foi muito fácil...
Um compromisso não esperado. Era eu ou o não dividir? Era eu ou apenas o estar comprometido ?
Vi que você sonhou e eu não. Quando um dia se referiu a sonhos que tivemos e planos que fizemos, meu querido, meu menino... recordo-me dos teus planos e sonhos somente... Pois eu... mal sabia onde estava e como havia chegado ali.
Água tépida. Sinto falta. De algumas conversas, do teu cheiro, da risada de louco que me assustava e me divertia. De te olhar e ver como você é bonito e não se dá conta.
Mas acabou quando deveria acabar. E ambos sabemos disso.

Dear Fear... sua dor te distancia. E minha vida me distancia. Vez e outra me vejo tentando perdoar teus feiosos óculos e pulseiras. Vez e outra me vejo pensando que até poderíamos ser... Mas, como você me disse certa vez - ambos sabemos que isso vai dar em nada. Então mais que depressa me despeço de lembranças e bem-querer...