Sunday, December 28, 2014

Voltarei ao entorpecimento. Gostaria de poder explicar, mas é complicado. Estou bem e então, vem o sentimento, e tudo parece fechar. E eu trato mal quem não merece, e me transformo em alguém que não gosto de ser. E quero pedir desculpas depois e me sinto um idiota e tenho vergonha em pedir desculpas - porque é muito fácil pedir desculpas depois que magoamos alguém.

Eu estava indo bem. Realmente. 

Não sei se foi a morte do meu sobrinho que me abalou demais, não sei se é a percepção do passar do tempo e eu continuando a nadar e a nadar e a nadar... neste aquário.
Enquanto escrevo, sinto-me melhor. É quase como uma terapia. 
Gostaria de ter mais coragem e escrever mais explicitamente. Gostaria de me libertar mais e ser mais criativo para criar e quem sabe, me refugiar em minhas criações.
No entanto, no momento, volto ao entorpecimento.


*ando me sentindo como aqueles animais daquele zoo da Argentina.*

Saturday, December 27, 2014

Hoje me dei conta que, de certa forma, estou me enterrando vivo. Gostaria que fosse diferente, mas sinceramente, nem sei por onde começar.
Não existe amor, não existe dinheiro, não existe mais emoção.

(Wake Up - Alanis Morissette)

https://www.youtube.com/watch?v=sgqMeAexs7w

Saturday, December 06, 2014

Patético/Move on

Poderia ser bem pior. E isso deveria, de certa forma, me confortar.
Mas não é o que parece acontecer.
O direito de ser e não apenas existir está aí. 
É, deveria confortar. Mas não é o que acontece.
Não quero reclamar, não quero ficar apático. 
Essa espécie de limbo, esse quase...
Isso atormenta. Atormenta mais que o reconhecimento da linha limite.
Quando chega o limite, ao menos, sabemos que temos que trabalhar com aquilo e nada mais.
Que ou é feliz com aquilo ou morre na tristeza com aquilo mesmo.
Não é o caso, minha mente não deixa. 
Sempre há uma possibilidade.
Animalzinho estranho esse, que deseja a morte de tão triste,
e se agarra ao mais ínfimo espectro de esperança que possa haver.

Wednesday, November 19, 2014

Novamente.

Novamente, um sonho.
Novamente, acordo, pensamento nublado e coração em tempestade.
Novamente meus instintos gritam e minha realidade cala.

Você, seguindo adiante.
Você, seguindo a natureza. 
Inerente a nós.

Novamente, um sonho.
Novamente, acordo, sentimentos controversos e pensamento linear.
Novamente meus instintos gritam e minha realidade cala.

Você, seguindo adiante.
Você, seguindo a natureza.
Inerente a nós.

E eu os vi. Flashes, obscuridade.
Mãos claras, roupas escuras.
E eu os vi. Clarões, obscenidade.

Novamente, um sonho.
Novamente, concordo, a vida segue e eu fico.
Novamente meus instintos gritam e minha realidade cala.

Você, seguindo adiante.
Você, pedindo perdão.
Inerente a nós.

*Não há o que perdoar. Não há pecado onde não existem santos.*

Thursday, October 23, 2014

Em silêncio.

Deixei de lado as injustiças.
Com você e comigo.
Verei coisas bonitas e chamarei teu nome.
E ouvirei músicas e chamarei teu nome.
E respirarei o ar quente do verão porvir, e chamarei teu nome.
Moverei os lábios, desejarei que o vento leve as palavras através do oceano.
Olharei as estrelas e pensarei se paraste para vê-las também.
E desejarei teu silêncio no meu silêncio.
E, notadamente, deixarei de lado as injustiças.
Com você e comigo.
Chamarei teu nome. Chamarei, não gritarei.
Não quero que vire e olhe para trás.
Não quero que nades um oceano, contra a maré que te empurra adiante.
Não quero que corras contra o vento que te impulsiona.
Chamarei teu nome. Chamarei, não gritarei.
Não quero que vires e olhes para trás.
Chamarei teu nome como numa oração.
Chamarei teu nome na esperança de ser ouvido no silêncio.
Chamarei teu nome na esperança de ser ouvido com os ouvidos do coração
Chamarei teu nome na esperança de ser visto com os olhos da memória
Deixarei de lado as injustiças.
Com você e não comigo, agora percebo.
Enquanto preso em meu mundo, ignoro tua realidade.
Enquanto preso em meu mundo, trago sonhos antigos e memórias para servirem-me doses de conforto.
Quando o mundo estapeia, quando o espelho denuncia, quando a carteira subjuga, 
Quando os anos gritam, quando a solidão ecoa - 
Trago sonhos antigos e memórias para servirem-me doses de conforto.

Enquanto com os pés no chão e olhos em tuas fotos
Enquanto solto por seu mundo, morrem sonhos antigos e memórias servem-me doses de desconforto.
Quando o mundo estapeia, quando o espelho denuncia, quando a carteira subjuga,
Quando os anos gritam, quando a solidão ecoa - 
Morrem sonhos antigos e memórias servem-me doses de desconforto.

Categorizo como roubo:
Subtração de refúgio particular por felicidade alheia.

Saturday, August 09, 2014

Oco

Então o tempo passa, então você encontra tempo disponível. E consegue pensar com um pouco mais de calma.
A calma que a vida vai te proporcionando simplesmente por mostrar que os dias passam.
Para os que se agarram ao que já não existe, os dias passam impiedosamente. Para os que decidem seguir em frente ou percebem que seguir em frente é o único caminho, os dias passam não mais depressa, não mais lentamente - porém com um gradual poder de cura, ao mostrar nos detalhes das horas, os porquês do que foi, e dos que foram...

Certo dia deixei um par de alianças nas mãos de uma pessoa. Em sinal das minhas intenções, e em sinal do meu cansaço. Deixei como quem deixa um grito e olhos no chão, na palma da mão do sujeito - Um grito traduzido em gesto, e olhos no chão, como quem despiu suas roupas e anda nú, exposto.

1000 dias se passaram desde então, e ontem recebi as alianças de volta em minhas mãos. Uma caixa amarela dos correios, uma caixa menor da loja.
Havia imaginado diversas cenas: O sujeito em minha porta, ou em meu trabalho. Uma conversa. Talvez uma carta.
Havia imaginado minha reação: Choraria talvez uma lágrima furtiva. Enfureceria-me ou sentiria alívio com um assunto definitivamente encerrado.

Nada. Não houve lágrima alguma - não houve tristeza e nem alegria. Foi como bater em algo oco - ouvir o barulho e ver que na realidade não se atinge nada além de vento.

Wednesday, July 30, 2014

Há um certo sentido de que estou parado...
E perdendo a vida, de alguma maneira.
E logo adiante, creio, perceberei
Que a vida passava ligeira sob meu olhar distante

Difícil saber se estou estável
Nunca estive antes, não sei dizer

Sei lidar com partidas

E percebi que não sei lidar com permanência.

Logo eu, que sempre ansiei por mais um dia, mais um pouco
Hoje não sei o que fazer exatamente com a repetição das horas


Friday, June 06, 2014

Band-aids

Exibo marcas... De repente, muito não se reconhece.

Tenho pressa e ao mesmo tempo, receio.
É como uma pessoa com problemas para enxergar correndo por uma rua esburacada.
Por mais que a urgência te empurre, a cautela te segura: Se cair, vai demorar mais tempo para levantar e sarar as feridas e voltar a andar num ritmo aceitável.

Acho que é isso. Buracos pelo caminho, uma visão limitada e falta de band-aids que colem no coração.

Saturday, April 19, 2014

Resquícios

E seu retorno,
Pensei causaria-me dores.
Passava-me a cena de eu me contorcendo em algum canto,
Entre agonia e excitação.
E você em outro cômodo, 
Alheio. 
Como usual.

Seu egocentrismo
Eliminou,
Minou todo e qualquer resquício
Da minha tendência de te dar poder sobre mim.