Thursday, October 23, 2014

Em silêncio.

Deixei de lado as injustiças.
Com você e comigo.
Verei coisas bonitas e chamarei teu nome.
E ouvirei músicas e chamarei teu nome.
E respirarei o ar quente do verão porvir, e chamarei teu nome.
Moverei os lábios, desejarei que o vento leve as palavras através do oceano.
Olharei as estrelas e pensarei se paraste para vê-las também.
E desejarei teu silêncio no meu silêncio.
E, notadamente, deixarei de lado as injustiças.
Com você e comigo.
Chamarei teu nome. Chamarei, não gritarei.
Não quero que vire e olhe para trás.
Não quero que nades um oceano, contra a maré que te empurra adiante.
Não quero que corras contra o vento que te impulsiona.
Chamarei teu nome. Chamarei, não gritarei.
Não quero que vires e olhes para trás.
Chamarei teu nome como numa oração.
Chamarei teu nome na esperança de ser ouvido no silêncio.
Chamarei teu nome na esperança de ser ouvido com os ouvidos do coração
Chamarei teu nome na esperança de ser visto com os olhos da memória
Deixarei de lado as injustiças.
Com você e não comigo, agora percebo.
Enquanto preso em meu mundo, ignoro tua realidade.
Enquanto preso em meu mundo, trago sonhos antigos e memórias para servirem-me doses de conforto.
Quando o mundo estapeia, quando o espelho denuncia, quando a carteira subjuga, 
Quando os anos gritam, quando a solidão ecoa - 
Trago sonhos antigos e memórias para servirem-me doses de conforto.

Enquanto com os pés no chão e olhos em tuas fotos
Enquanto solto por seu mundo, morrem sonhos antigos e memórias servem-me doses de desconforto.
Quando o mundo estapeia, quando o espelho denuncia, quando a carteira subjuga,
Quando os anos gritam, quando a solidão ecoa - 
Morrem sonhos antigos e memórias servem-me doses de desconforto.

Categorizo como roubo:
Subtração de refúgio particular por felicidade alheia.