Tenho visto comportamentos variados, mas o que mais me chama a atenção, talvez por eu ser um deles, é o dos solteiros - Sempre tão previsível.
Percebi que tanto no mundo hétero quanto no mundo homo há uma procura incessante por um perfil de parceiro (a) que se ajuste perfeitamente em expectativas um tanto irreais : O parceiro (a) precisa ser bonito (a), inteligente, ter um bom trabalho, jurar fidelidade, morar perto, aceitar a pessoa como ela é, mas claro, cobrir suas imperfeições.
É necessário querer algo "sério" sendo que nem os mesmos sabem mais o que é "sério" ou o que não é mais.
Com os caras gays acho que é um pouco pior ainda - Estereótipos reinam -Há os bombados - que gostam de bombados; as RYCAS que gostam das RYCAS ou que pelo menos conseguem aparentar ser, não importam se dividem seus jeans Diesel em 36 parcelas e economizam o mes inteiro pra ir naquela balada legal e beber algo caro; Há os que se apaixonam todas as noites por alguém diferente e juram que vão casar; Há os que conhecem um cara numa sauna ou num dark-room, começam um romance e logo pensam - poxa, não quero um cara de sauna! - esquecendo que eles também o são! - . E os que não gostam de "afeminados, gostam de um "brow macho" - estes me fazem rir muito! Acho que todos os gays, são em um grau menor ou maior, afeminados. E se não forem, vão comer outro cara ou dar, da mesma maneira que os "afeminados".
Enfim - Não sei em que lugar ficou o "interessar-se por alguém, apenas pelo o que a pessoa é" .
Não sei quando nos deixamos ser definidos por rótulos tão banais.
Não sei quando foi que instaurou-se todas estas "condições para amar".
Antigamente era olhar, perceber, conhecer, apaixonar-se, viver.
Hoje, cria-se uma paixão, elas não mais acontecem. Cria-se de acordo com seu status, de acordo com seu endereço, de acordo com seu biotipo.
Olho no olho? Esqueça.
Vão olhar no teu olho depois de olhar tua roda de amigos, tuas roupas e saber onde tu moras e o que fazes.
E quem você é... Bem, isso já não importa mais.
