Saturday, December 06, 2014

Patético/Move on

Poderia ser bem pior. E isso deveria, de certa forma, me confortar.
Mas não é o que parece acontecer.
O direito de ser e não apenas existir está aí. 
É, deveria confortar. Mas não é o que acontece.
Não quero reclamar, não quero ficar apático. 
Essa espécie de limbo, esse quase...
Isso atormenta. Atormenta mais que o reconhecimento da linha limite.
Quando chega o limite, ao menos, sabemos que temos que trabalhar com aquilo e nada mais.
Que ou é feliz com aquilo ou morre na tristeza com aquilo mesmo.
Não é o caso, minha mente não deixa. 
Sempre há uma possibilidade.
Animalzinho estranho esse, que deseja a morte de tão triste,
e se agarra ao mais ínfimo espectro de esperança que possa haver.

2 comments:

jair machado rodrigues said...

Caríssimo Paco, que texto angustiante e por isso mesmo, belo para meus sentidos...tento sempre captar o que me serve, onde me encaixo, ou me vejo, ou encontro sentimentos que me despertam a curiosidade, e neste texto tem um pouco de tudo isso, não tenho como definir, mas sinto, sinto como se fosse na minha pele, como se estivesse a beira de um precipício onde lá embaixo existem vários colchões de palavras...e "quando chega o limite temos de trabalhar com aquilo e nada mais." Mas algo eu sei, e encontrei aqui: por mais triste que eu esteja, sei que o mínimo de esperança vai me salvar ou me oportunizar uma nova possibilidade de continuar vivendo.
ps. Carimnho respeito e abraço.

Paco said...

Poxa Jair, legal seu comentário - fico feliz de poder transmitir um pouco do que sinto... Realmente, esse mínimo de esperança é o que nos salva. Grande abraço!