Friday, September 24, 2010

Normalidade

Como pode a morte chamar
Se dela tenho tanto medo
Como pode a vida chamar
Se dela tenho tanto medo
Se agora há um nó na garganta,
Um embaraço sem saber ao certo o porquê.

Como pode ele voltar aos anos estranhos
Aqueles anos nos quais nada era certo,
Nem mesmo sua identidade.
Como pode ele reconhecer os sintomas,
Dizer não conhecer a origem
E continuar entorpecendo-se

Durante o dia
Ou na madrugada
Certa hora, tudo fica claro
Um sorriso calmo e uma certeza
Estou vivo, sou fulano, respiro, meu corpo se move
E quero tudo acontecendo ali, naquele momento
Lucidez estranha, causa normalidade tão querida.

Durante o dia
Ou na madrugada
Certa hora, tudo fica claro
Lábios cerrados e tantas incertezas
Estou vivo? Sou fulano? Respiro? Meu corpo se move?
E tudo está acontecendo ali, naquele momento
Lucidez estranha, causa normalidade tão vazia.


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